Glastonbury diz aos festivaleiros para não trazerem vapes descartáveis
Os organizadores adicionam cigarros eletrônicos à lista oficial de 'não trazer', que também inclui gazebos e facas
As pessoas que vão ao festival de Glastonbury este mês foram instadas pelos organizadores a não trazer vapes descartáveis para o evento.
Os aparelhos eletrônicos simulam o fumo do tabaco, funcionam com baterias de lítio e não são recarregáveis, ou seja, produtos de uso único. Algumas estimativas sugerem que cerca de 1,3 milhão são jogados fora a cada semana no Reino Unido.
Os organizadores do festival de Glastonbury, que acontece de quarta-feira, 21 a domingo, 25 de junho em Worthy Farm em Somerset, adicionaram vapes descartáveis a uma lista de itens que não devem ser levados, que também inclui facas, gazebos e glitter corporal não biodegradável. Sobre vapes descartáveis, o site diz: "Eles poluem o meio ambiente e podem ser perigosos em centros de resíduos (sic)".
Especialistas do setor disseram no mês passado que os vapes descartáveis foram os culpados por um aumento dramático de incêndios em usinas de reciclagem no ano passado.
As empresas de reciclagem estão lidando com tantos vapes que estão lutando para garantir suas instalações. Alguns estão usando inteligência artificial para detectar vapes e suas baterias de íon-lítio, além de instalar câmeras termográficas e jatos automáticos de espuma.
Na sexta-feira, o comissário infantil da Inglaterra disse que os vapes descartáveis deveriam ser banidos e outros vendidos em embalagens simples para reduzir o "mercado do velho oeste" de cigarros eletrônicos, que estava prejudicando os jovens.
Dame Rachel de Souza disse que estava preocupada com o fato de as crianças se sentirem pressionadas a vaporizar - inclusive evitando usar banheiros escolares onde isso estava acontecendo - e era "insidioso que esses produtos fossem intencionalmente comercializados e promovidos para crianças".
Seus comentários ecoam os do diretor médico da Inglaterra, professor Sir Chris Whitty, que em fevereiro atacou o marketing "terrível" de vapes para crianças, dizendo que estava claro que alguns produtos tinham como objetivo atrair jovens menores de idade.
Esta semana, o Royal College of Paediatrics and Child Health também pediu a proibição de vapes descartáveis. Ele disse que "o vaporizador juvenil está rapidamente se tornando uma epidemia" e que os cigarros eletrônicos "não são um produto isento de riscos e podem ser tão viciantes, se não mais, do que os cigarros tradicionais".
Há evidências crescentes de que os cigarros eletrônicos trazem riscos significativos à saúde. Embora não contenham o alcatrão perigoso dos cigarros convencionais, eles contêm nicotina, uma substância química altamente viciante e com riscos à saúde.
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Alguns estudos sugerem que a nicotina está associada a doenças cardíacas e neurológicas e a efeitos negativos no desenvolvimento cerebral de crianças e jovens.
Especialistas em saúde pública também se preocupam com o fato de que, em comparação com o uso de gomas e adesivos projetados para afastar as pessoas do fumo, o vaping incentiva a dependência de nicotina a longo prazo.
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